12 de dezembro de 2008

Iron Maiden em Brasília

Conforme Bruce Dickinson prometeu durante sua última passagem pelo Brasil, a banda inglesa de heavy metal Iron Maiden retorna ao país. Brasília entrou de raspão na rota das apresentações, sendo a última do Brasil no calendário da turnê mundial Somewhere Back in Time. O show será dia 20 de março e já está publicado no site oficial da banda.

Neste ano o Iron lotou o estádio do Parque Antártica, em São Paulo, com a mesma turnê que trarão ano que vem. Porém o setlist para março será diferente. Será que vamos contar com os clássicos "Number of the Beast", "Powerslave", "Wasted Years" e "Fear of the Dark"? O jeito é esperar para ver e provavelmente para crer também, porque Iron em Brasília é tão inédito que fica até difícil de acreditar.

Segundo o baixista Steve Harris: "Nós iremos mais uma vez levar o máximo que conseguirmos da produção e cenários, inclusive com muito material pirotécnico, para todos os shows. Nós também faremos algumas mudanças no setlist, substituindo algumas músicas, principalmente colocando algumas músicas dos quatro primeiros discos. Como a 'Early Days Tour', que fizemos há alguns anos atrás, não passou por boa parte desses países que visitaremos agora, nós imaginamos que esses fãs gostariam de ouvir algo desses sons mais antigos da banda. Essa turnê provavelmente será a última vez que a banda tocará muitas dessas canções ao vivo, portanto nós daremos o máximo nessa empreitada".

A capital brasileira será palco do show de uma das maiores e mais antigas bandas da história do heavy metal mundial. São 38 anos de existência, quatorze álbuns de estúdio, seis álbuns ao vivo, quatorze vídeos e diversos compactos. Agora é fazer a contagem regressiva para o show que promete fazer a arquitetura de Oscar Niemeyer tremer com as machadadas firmes que o simpático morto-vivo, Eddie, há de trazer.

24 de novembro de 2008

Junte a força e a emoção do Rock e da MPB, o resultado é Lafusa

Apostando nas variações da música brasileira e na fusão de estilos que está pode proporcionar, a banda brasiliense Lafusa sai do quadradinho do Brasil e faz história como mais uma banda da capital do rock influente no cenário nacional

Em uma tigela, coloque solos de guitarra, acordes típicos da música brasileira e bons músicos. Misture e deixe um tempo livre para criação. Em seguida, acrescente idéias inovadoras, dedicação, essência musical e energia para dar a liga. Misture até obter uma massa homogênea e voalá! Está pronta a Lafusa, que apelida a sua receita de Fusiquê ou "rock com acordes de bossa nova".

Para Guilherme Guedes, baterista da banda, o grupo ascendeu muito mais do que podiam imaginar. "Sempre corremos atrás tanto do crescimento do nosso trabalho, como do público que ele atinge. Considerando nossas expectativas iniciais - fazendo música independente em uma cidade como Brasília -, não esperávamos muito", revela. Também formada por Aloízio Michael (vocais e guitarra), Jamil Chequer (gaita e guitarra) e Luiz Ribeiro (baixo), a Lafusa além de possuir uma demo, com cinco músicas, lançou esse ano um EP, o Quadricolôr.

A banda brasiliense viajou pelo Brasil com os sucessos do EP. O baterista não consegue apontar qual turnê foi a mais marcante, porque afirma que todas as viagens tiveram lembranças importantes. Mas diz que sem dúvida, as duas turnês pelo Nordeste, estado que segundo ele recebe muito bem as novas bandas, e o show no Circo Voador com o Teatro Mágico, proporcionaram ao grupo momentos inesquecíveis.

Uma casa de shows na Argentina, a "La Fusa", foi a inspiração para o nome da banda. Aloísio explica que o local é onde foi gravado um dos discos mais importantes da música brasileira, ''Vinicius de Moraes, Toquinho e Maria Creuza ao Vivo''. Ao mesmo tempo em que representa um marco na música brasileira, o nome deixa implícita a fusão de estilos da banda. Essa junção pode ser traduzida em: MPB e Rock'n'roll, emoção e força.

O sucesso da banda alcançou os programas da MTV e o clip da música "A primeira das mais simples" já pode ser conferido na programação da emissora. A edição do Porão do Rock do ano passado também contou com a presença do Lafusa, e para eles, tocar num festival tão renomado na cena nacional foi a realização de um sonho. Guedes considera que tiveram facilidade para a divulgação da banda, porque com o avanço da tecnologia tornou-se muito mais viável gravar músicas e distribuir pelo Brasil. "Esse nosso EP, que lançamos em Abril, a gente gravou quase inteiro na casa do Diego Marx, do Velhos e Usados, que produziu o disco com o Xande Bursztyn (Móveis). Gastamos menos da metade que uma banda gastaria para gravar o mesmo EP dez anos atrás", conta Guedes.

Atualmente a banda compõe músicas para provavelmente o primeiro álbum. Guilherme diz que a idéia é fechar cerca de quinze composições até o fim de 2008, para em 2009 encontrar a melhor maneira de gravar e lançar. Ele também antecipa que esperam um lançamento ainda no primeiro semestre do ano que vem. O Brasil pode esperar que a Lafusa tende ascender cada vez mais, pois prometem para os meses seguintes ao novo álbum shows de divulgação em todo o país, em eventos ainda maiores e melhores do que os que participaram até agora.

Na entrevista abaixo a Lafusa fala sobre a história da banda, influências, curiosidades e futuro.




Próximos shows da banda:
28/11 - São Paulo - Outs
29/11 - São José dos Campos - Hocus Pocus
30/11 - Sorocaba - com Fast Food Brazil

Escute Lafusa
http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=15588

Por: Larissa Gomes

16 de novembro de 2008

Móveis Coloniais de Acaju fala sobre experiência internacional e nova parceria com Miranda

Depois de inúmeras turnês pelo Brasil, a banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju conseguiu alcançar sucesso nacional. A maior prova disso é o nome de quem produzirá o próximo CD deles, Carlos Eduardo Miranda, renomado produtor musical do país e jurado do programa Ídolos (SBT). Miranda lançou, entre outros grupos, Skank, O Rappa, Cordel do Fogo Encantado e Cansei de ser sexy e também criou e dirigiu o site Trama Virtual, um projeto de distribuição online de artistas independentes por MP3. Agora que conquistaram o público brasileiro, a MCA parte pela primeira vez para a Europa. Com um clima muito agradável e bem extrovertidos, nossa ‘feijoada búlgara', como também são conhecidos, contam ao RRRuído com exclusividade sobre os projetos do novo CD, a aventura na Europa e sobre a nova fase da Móveis Coloniais de Acaju.

Agora o Moveis já invade o antigo continente. Fizeram a primeira turnê pela Europa, passaram por sete países e fizeram seis shows. Como foi a experiência de tocar em outro país, como foram os shows e como foi à receptividade do europeu com a ‘feijoada búlgara' brasileira?

André - Ah foi muito legal! Eu particularmente não sabia o que esperar dos eventos e nem da relação com o público. Normalmente dizem que os europeus são um pouco frios, mas foi interessante porque no saldo final a relação durante o show foi, se não a mesma, tão interessante e calorosa quanto no Brasil. O show em si não teve muita diferença, a não ser pela língua ser diferente da deles. No Brasil o público fica mais atento no que está sendo cantado, e lá a atenção muda.

Esdras- Entretanto nós tentamos nos comunicar de todas as formas que podíamos como pulando, dando cambalhota (risos). E com isso acabou dando uma boa dinâmica para show fazendo com que ficasse bem agradável.

As músicas dos festivais de lá eram muito diferentes do som que vocês fazem?

Beto - Foi uma coisa muito doida, tocamos em várias situações diferentes. Uma delas foi num festival que era pra 60 mil pessoas e com 8 palcos. Era gente de tudo quanto é lugar do mundo, bandas das América do Norte, da América do Sul só a gente, banda da África, da Nova Zelândia. Como o festival era gigante, vimos coisas muito diferentes e específicas em relação à estrutura de palco e de interação com o publico, que no Brasil estamos muito atrasados, a não ser a Claudinha Leite que tem uma estrutura estrondosa de palco (risos). Tocamos em lugares com músicas muito diversas, por exemplo: Na Alemanha estava acontecendo um Festival para combater o racismo e a homofobia entre torcedores de times da terceira divisão do campeonato. Este fato em si já é algo diferente e no Festival tocou desde Dub à música gótica, um gótico industrial, e mesmo tocando gótico o pessoal estava lá sentado na grama tranqüilo ouvindo o gótico (imitando os gritos de gótico). Eles são muito abertos para a variedade, para o diferente.

Andre- Outro tipo de abertura também nos surpreendeu, por exemplo: fomos panfletar o nosso show dentro do próprio porque, afinal, era para 160 mil pessoas, 150 bandas, ninguém nos conhecia e nosso palco era separado e tinham apenas umas 5 mil pessoas. Mas ao abordarmos as pessoas elas se sentiam um pouco invadidas e não tão à vontade com a nossa presença. O corpo a corpo deles não é tão caloroso quanto o do brasileiro.

Betão - Chegávamos e falávamos "Olá tudo bem?!" e eles ficavam um pouco desconfiados era bem diferente.

André- Mas isso não quer dizer que eles são mais frios é apenas uma cultura diferente que não esta acostumada com esse tipo de abordagem ou enfim. Tanto que o show foi muito bom como havia falado, bem animado.

As músicas das bandas dos eventos na Europa eram muito diferentes da de vocês?

Beto- Cada lugar tinha um tipo de música diferente então à gente absorveu muita coisa. Tocamos na República Tcheca e o festival tinha desde uma menina que cantava pop alemão a umas pessoas cantando em Tcheco. Acabou se transformando num intercâmbio musical e intercâmbio na área de produção também.

Esdras- No Brasil você vai para o Nordeste e sabe que estilo musical você provavelmente ouvirá, que estilo musical mais ou menos eles vão misturar pois sabemos as influências deles. Estamos acostumados com aquilo que vamos ouvir. Na Europa já é diferente. Não temos a mínima idéia de suas influências e de como eles tocam.

E esse intercâmbio musical vai influenciar o CD de vocês?

Todos - Com certeza já influenciou.

Beto - Chegamos e já fizemos uma música com influências de shows que vimos nos festivais. Algo totalmente pós- Europa, com conceitos instrumentais diferentes e tudo mais.

E como surgiu a oportunidade de fazer a turnê pela Europa?

Andre- Um dos produtores do festival veio ao Brasil convidado pelo Fabrício Noves, para o Goianois. Goianois é uma feira de negociação entre produtores e bandas. Produtores que vem de tudo quanto é tipo de lugar. As bandas se apresentam e mostram seus projetos aos produtores.

Beto- Com isso ele ficou nos conhecendo. Depois ele voltou pra um festival em Goiânia e nos fez o convite. A partir disso começamos a correr atrás e ver a viabilização da viagem. Conseguimos o patrocínio parcial do ministério da cultura mas mesmo assim acabamos dando nosso jeitinho e resolvemos ir. Resolvemos aproveitar que estávamos indo para utilizar isso ao máximo. Começamos a fazer uma lista de lugares para mandar o nosso release e correr atrás de pessoas que poderiam nos ajudar. Entretanto mandar nosso release por e-mail não estava sendo muito efetivo foi aí que a cunhada do guitarrista entrou na história. Ela mora em Barcelona e trabalha com produção cultural mais voltado para o teatro e mesmo não tendo muita experiência na parte de musica ela acabou tomando frente das negociações. Até os últimos minutos as coisas não estavam muito bem definidas mas no final a gente acabou fechando os shows: um na Bélgica, um na Suíça, três na Alemanha e um na República Tcheca. Ela foi uma pessoa importantíssima pro negócio todo funcionar. Acho que não sei porque quando mandávamos o release e falávamos que éramos do Brasil os cara não gostavam muito, se eles nos viam como exóticos e etc. Muitas casas nos respondiam falando que não combinava com o perfil do estabelecimento ou eles viam o tamanho da banda e falavam que não ia caber (se eles soubessem em cada buraco que já tocamos- André) E quando ela começou a nos ajudar e falava que estava na Europa nos representando creio que os olhar sobre nós mudava.

André- Encaramos tudo isso como o nosso começo no Brasil, começar do zero. Começamos pequenos, tocando em lugares menores e que não tinha uma estrutura perfeita mas tocávamos pra construir um público e começar a construir a nossa história. E na Europa foi o mesmo.

O Miranda está produzindo o novo Cd de vocês. Como surgiu essa parceria?

Beto- Toda história começou pelos festivais. Ele já conhecia a banda mas em Belém foi o primeiro contato de um falar com o outro.

Esdras- Temos uma grande amiga que também conhece o Miranda. Essa amiga coincidentemente trabalhava com o Miranda. Nos a conhecíamos muito antes dela começar a trabalhar para o Miranda. As afinidades foram se cruzando e ela comentou com o Miranda para ele produzir nosso novo Cd e deu certo.

André- E em Belém, ele já havia demonstrado interesse pela banda tanto que foi conversar conosco para nos falar que ele gostava da banda e tinha um projeto de reunir vários produtores e os dirigir mas ficou meio esquecido. Mais recentemente, quando fomos procurar produtor para o novo Cd, nós colocamos o nome do Miranda como opção. No final conversamos com ele e ele mostrou disposição pra trabalhar conosco.

Esdras- Temos uma grande amiga que também conhece o Miranda. Essa amiga coincidentemente trabalhava com o Miranda. Nos a conhecíamos muito antes dela começar a trabalhar para o Miranda. As afinidades foram se cruzando e ela comentou com o Miranda para ele produzir nosso novo Cd e deu certo.

O que podemos esperar do próximo CD do Móveis?

Silêncio.

Todos- Nem nós mesmos sabemos o que podemos esperar! (Risos)

André- O que tem de interessante, além da nossa experiência com o Miranda, é o fato do trabalho de criação está sendo muito longo, o que a gente não tinha feito no outro disco.

Esdras - No ‘Idem', não tivemos o trabalho de produzi-lo nem dirigi-lo artisticamente. Foi o primeiro disco da banda, já tínhamos as músicas prontas e já tocávamos elas há 2 anos. Nesse novo Cd, mais da metade do disco nos fizemos de três meses pra cá então não temos nenhuma gravação e tem música que ainda estamos fazendo para gravar daqui a duas semanas!

Beto - Todo o processo está sendo diferente. O resultado vai ser diferente, as influências estão muito novas.

André- O Miranda passou 10 gigas de música pra escutarmos e no primeiro ensaio após escutarmos as músicas nós já mudamos uma música de cima a baixo. E o interessante é que é um disco em que nós estamos buscando e focando mais na unidade, o que foi diferente do "Idem", Tínhamos um retrato da banda, vários momentos e várias referências e no final a relação que a gente tinha as músicas no show mudou e no final a gente tinha um resultado muito diferente do show no disco , não a pegada mas a relação, o amadurecimento. E nesse novo disco a gente quer um álbum selecionar umas musicas que tivessem uam relação entre si um álbum que tivesse uma unidade, não um retrato da banda, mas a unidade de um álbum sobre a ótica do produtor no caso o Miranda , produção é meio que uma direção de filme, a gente meio que fez o roteiro preparou as musicas ele cortou umas cenas bizarras e é um disco mais coeso e mais unidade, por conta do tempo que temos mais juntos, maturidade. Iniciação um busca de identidade ou afirmando ou reafirmando a nossa nova identidade.

7 de outubro de 2008

The Hives é puro êxtase durante show em Brasília

Em sua primeira passagem pelo Brasil, o vocalista do The Hives, Howlin, fala sobre a nova turnê pela America do Sul

Puro êxtase, termo brasileiro que descreve o show dos meninos do The Hives. Entraram e não pediram licença, como é de costume da banda sueca se "auto-glorificar" em cima do palco, levando os fãs as risadas e loucuras. A banda, formada em 1993, tinha apenas a intenção de ser uma garage punk band. Foi ao assinar contrato com a gravadora Warner Music Group que seu hit ‘Hate to say I told you so' fez os suecos deslancharem pelo mundo a fora. Acompanhados de suas performances peculiares e no básico preto e branco, iniciaram sua primeira turnê pela América Latina na Capital brasileira.

O vocalista do grupo, Howlin´Pelle, afirmou que sempre tiveram vontade de conhecer a América do Sul, entretanto nunca concretizaram as oportunidades. "Estamos muito felizes de poder fazer a turnê porque ela sempre esteve nos nossos planos e nunca realizávamos", disse Howlin.

O entusiasmo tomou conta dos fãs a cada frase portuguesa discretamente mal pronunciada pelo vocalista: "Bate Palma", "Para", "Grita aí". E o auge com certeza ficou por conta do "stop" inusitado que fizeram durante o show, simplesmente tornaram-se estátuas durante a música "You Dress Up For Armaggedon". Segundo Howlin o show foi quente, literalmente: "Gostamos muito do show, bem animado. Mas o calor foi de mais, e nós usamos terno tivemos que tirá-lo em cima do palco mesmo". O que levou as fãs, em especial, a loucura, com direito a invasão ao palco.

E afinal, por que demoraram tanto tempo pra vir ao Brasil? Com um discreto sorriso europeu Howlin explica que sempre acontecia algo que os impossibilitava de vir, até que surgiu a oportunidade da turnê pela America do Sul. E com a sua modéstia ‘de Hives' complementou que também não sabia a que banda tinha fãs no Brasil.

Quanto à quantidade de apreciadores da banda, Howlin pode ficar tranqüilo, pois enérgicas manobras com o microfone, saltos e incursões em cima do palco com certeza tornam o show um espetáculo. Estão convidadíssimos para trazer mais shows regados a presença explosiva e marcante digna dos integrantes do "Hives".

Por: Larissa Gomes e Maiara Dornelles

2 de junho de 2008

Trampa faz apresentação com orquestra de Sílvio Barbato

O público de Brasília foi presenteado com a fúria dos solos de guitarra e das notas eruditas dos violinos

A combinação de rock pesado com o som da instrumentalidade clássica foi um arraso. A orquestra Camerata do Brasil, sob a regência de Silvio Barbato, casou impressionantemente bem com o som enérgico da banda Trampa.

O Teatro Nacional Claudio Santoro lotou de espectadores curiosos para assistir aquele espetáculo inédito. E também contou com um suporte de telão no saguão para atender a tantas pessoas que queriam assistir, mas não tinham mais como entrar.

Apesar da uma hora de atraso, o público aguardou ansiosamente e sem muitas reclamações. André Noblat, vocalista da banda, entra gritando "Quero ver as mãos pra cima, isso é rock'n'roll!" Na hora só se viam pessoas se remexendo na cadeira com agonia por terem que ficar sentadas, mas no final estavam todos curtindo de pé. A proposta da união de elementos musicais diversos foi mais que aprovada.

Participações especiais deram ao show um brilho a mais. Os convidados foram Natan Nunes, guitarrista da banda brasiliense Banduirá, Dino de Araújo, apelidado por André Noblat de Jimi Hendrix do Cerrado e Tiago Freitas vocalista da banda, também de Brasília, Etno.

André Noblat reforçou a idéia de o evento buscar a inclusão social. Além de ser totalmente grátis, vieram ônibus de várias cidades satélites do Distrito Federal para assistir. Afinal de contas, Brasília está muito além do plano piloto.

A animação de Julia Drummond, 31, atriz, chamou atenção. Não parava um minuto, subia nas cadeiras e cantava todas as músicas. Ela diz que sempre surta no show da Trampa. Por trabalhar com teatro, também observou e elogiou toda a estrutura do show, gostou do cenário e considerou a iluminação bem trabalhada. Para Julia, o auge do evento foi a proposta, "Música clássica mais sons do tipo Metallica foi o pico".

A Trampa também aproveitou para lançar seu primeiro CD e gravar seu primeiro DVD. Com certeza as imagens desse dia precisam ser eternizadas na memória dos brasilienses que curtem música, pois não é todo dia que surgem e acontecem idéias tão inovadoras.

Como todo show ao vivo, alguns imprevistos ocorreram, e por conta da gravação do DVD precisaram reprisar três músicas no final do show. Mas não foi nenhum problema para o público acompanhar mais um pouco o trabalho incrível daqueles músicos.

A Trampa e a orquestra regida por Silvio Barbato provaram que não importam quais são os instrumentos, todos podem se combinar e no fim o resultado é o mesmo, é música.


Para conferir mais fotos do show entre no flickr do rrruído!
http://www.flickr.com/photos/rrruido

18 de abril de 2008

Com vocês... Skatalites em Brasília!

Skatalites emociona o público e conta em entrevista ao Rrruído a importância dos ritmos jamaicanos

A banda pioneira do ska pisou em Brasília no último final de semana. Um show com direito a performances super animadas e exclusivas do quarteto de metais, antigos sucessos como "Sugar Sugar" e "Phoenix City" e lançamento do DVD gravado ano passado em São Paulo. A apresentação completa emocionou os fãs brasilienses de ska, que jamais imaginavam a cidade dentro da rota das apresentações do Skatalites.

Vin Gordon, trombonista que ocupa o lugar que um dia foi de Don Drummond, formou o par perfeito com Kevin Bachelor, trompetista. Apesar de recentes na banda, desde 2004, já se sentem completamente em casa. O entrosamento musical dos dois era visível no próprio corpo deles, através das danças descontraídas e envolventes. Kevin arriscou um "Tudo bem?" e sempre vinha animar a platéia com aqueles "ies ios" típicos da batida reggae.

Os três Skatalites originais tiraram o fôlego do público. Doreen Shaffer com aquele vozeirão que mistura delicadeza, Lloyd Knibb e sua seriedade na bateria e Lester Sterling, o saxofonista mais simpático do mundo. "O show todo foi o auge! foi todo sensacional", exclama Arthur, 21, que também compara o som da banda como tomar um suco de cupuaçu numa tarde de sol, numa cadeira de praia, com os pés na piscina, lendo as tirinhas do jornal, ou seja, não tem como dar errado.

Formada em 1964, a banda criou o ska e desde então muitos outros ritmos foram incorporados ao estilo, produzindo novos sons. Em 1970 nasceu na Inglaterra o segundo gênero do ska, o 2 Tone. Foi uma fusão do ritmo jamaicano com punk rock. A terceira fase do ska foi nos Estados Unidos, em 1980. Inspirados na Era 2 Tone, incrementaram a fusão de sons e criaram o ska-core.

Doreen Shaffer diz que esse caminho que o ska seguiu, de junção com outros ritmos, aconteceu porque ele se espalhou pelo mundo. Ela se orgulha ao ver que o Ska, som genuinamente jamaicano, tornou-se internacional.

Quando os Skatalites começaram a compor não havia lei de direitos autorais. Então várias bandas pegaram a base da música deles. É por isso que as suas músicas dão aquela impressão de "Eu já ouvi isso em algum lugar", mesmo sem nunca ter escutado a banda. "Todos querem um pedaço do Skatalites" justifica Doreen Shaffer. E afirma ser uma sensação maravilhosa ver que a música deles serve de inspiração para várias composições.

Doreen também ama o samba e o merengue, gosta de ritmos latinos em geral. A identidade cultural do samba tem a ver com o meio de criação do ska. Talvez as raízes africanas de ambos reflitam na grande admiração e aceitação dos jamaicanos pelo som brasileiro.

Fez parte da primeira formação dos Skatalites, Don Drummond, considerado pelo pianista George Shearing, entre os top 5 maiores trombonistas do mundo. A primeira vez que o Skatalites terminou foi no mesmo ano de prisão do trombonista, acusado de matar a sua namorada. Há hipótese de que a banda tivesse parado por conta do afastamento de Don Drummond, mas Doreen nega e disse que havia outros fatores, porém não quis explicar explicitamente quais seriam.

De qualquer forma o interessante é notar o sentimento "Peace and Love" da banda, e que a todo minuto eles gostavam de frisar. Não receber royalty pelas composições ou misturar o ritmo que eles criaram com sons completamente opostos, ao invés de os tirarem do sério, os orgulham. O que importa é difundir a música jamaicana!

Agradecimentos ao Barata, do Criolina, e ao Ken, tecladista do Skatalites, pelo apoio!

2 de abril de 2008

Pioneiros do Ska pela primeira vez em Brasília

Banda jamaicana com mais de 40 anos de formação e membros que ultrapassam 70 anos, finalmente vem para Brasília! Acreditem ou não, THE SKATALITES vai se apresentar por aqui! Será no dia 12 de abril, no Arena Futebol Clube, às 21 horas!

The Skatalites vêm ao Brasil pela segunda vez. Ano passado fizeram três shows em São Paulo e quem assistiu garante que foi inesquecível. “Enfim, não vou mentir, dei uma chorada de leve quando eles entraram. O show foi muito animal. Eles mandaram todas as clássicas.” expressa Ramon, 21, que é fã da banda há sete anos. A formação atual ainda tem três integrantes que estão desde o início, a cantora Doreen Schaffer, o baterista Lloyd Knibbs e o saxofonista alto Lester Sterling. Outra novidade é que lançarão aqui o DVD “Arena”, registro dos shows do ano passado no Brasil.

O show do Skatalites também contará com a participação do renomado saxofonista Cedric “IM” Brooks, um dos saxofonistas mais inovadores do reggae. Sua fusão de jazz, Afro-beat, funk e música Latina com reggae, deu a ele uma característica pioneira, alterando radicalmente os limites do som da música reggae.

The Skatalites é uma das precursoras do Ska e do Reggae. A banda tem na bagagem duas indicações ao Grammy por Melhor Álbum de Reggae, gravações com grandes artistas como Bob Marley e em sua primeira formação contou com o melhor trombonista do mundo da época, Don Drummond. Também já gravaram com Laurel Aitken, padrinho do ska, fez parte de praticamente todos os movimentos do reggae.

Uma das maiores perdas do Skatalites foi a saída de Don Drummond, que matou a namorada e morreu na prisão. Não foi a toa que no mesmo em que foi preso, 1965, a banda parou e só voltaram a tocar após 18 anos. Recentemente o guitarrista da formação original da banda, Jerome Haynes ou Jah Jerry, também passou para o andar de cima. Foi um grande músico, também pioneiro no ritmo ska.

As primeiras gravações de ska foram feitas no Studio One, em Kingston, Jamaica. The Skatalites foi a primeira backing band* do estúdio, local que mais tarde revelou, por exemplo, Peter Tosh e Jimmy Cliff.

Alguns acreditam que a palavra “ska” veio do baixista Cluet Johson. Ele usava o termo “ska” para explicar o som ya-ya da música. Johnson era conhecido por cumprimentar seus amigos com a palavra “skavoovie”.

Outras atrações do evento do dia 12 de Abril são os DJ’s do projeto Criolina e a banda The F. Ska All Stars, composta por membros das bandas Móveis Colonias de Acajú, Bois de Gerião e Plebe Rude, que juntos irão tocar os clássicos do Ska.

Pontos de venda: Zimbrus (305 sul), Over Street (Conic), Bar Raízes (110 norte), Pizza Dom Bosco (306 norte/ Sudoeste/ CNB 1 Taguatinga) e Digos Açaí (QI 31 – Guará II).
R$ 25 reais os 500 primeiros ingressos
Mais informações: 8407-0032 / 9108-0481
*Backing band é uma banda de apoio, por exemplo, The Maytals é a banda de apoio do Toots e o Bob Marley tem a banda The Wailers.

18 de fevereiro de 2008

3º Dia do Carnaval Ziperona

O hardcore marcou esse dia do evento. Sons intensos, tempos extremamente acelerados e músicos com energia de sobra em cima do palco. A busca por inovação também teve espaço, teve banda que misturou violino e batida de rock, saindo um som interessante.
A Sem Fim abriu o festival. Fazem um som que mistura elementos do hardcore com a pegada punk rock. A banda tem talentos individuais, Eduardo, o bateirista, é um deles. Ele mandou super bem na bateria, assim como fez quando tocou com a banda W3 Sul. O vocalista Pedro também foi destaque, com um timbre que combina muito com o perfil do som da banda.
Em seguida veio Stock 32 com uma proposta diferente, a composição da banda conta com um violino, mostrando que instrumentos clássicos combinam com rock. O público juntou para assistir o show e animou bastante, aprovando a idéia.
A banda de Mato Grosso do Sul, Bizarros, misturou punk rock com batida reggae. Apesar do público disperso, o show foi enérgico. Eles também têm uma influência de música regional no ritmo musical.
A Pazmmo, banda de pós-hardcore-misturado-com-heavy-metal, como se intitularam em uma programa na rádio, foi a quarta atração da noite. Eles tocaram sucessos como “O homem de plástico”. A banda já tem um público formado, muitas pessoas acompanharam as letras durante o show.
Outra banda do Mato Grosso do Sul marcou presença, a Fall Over. Na maior parte do tempo o vocal principal está acompanhado da voz dos outros vocais, o que deu força para as músicas da banda. Muita gente assistiu ao show, os garotos do mato grosso cativaram as pessoas daqui.
A galera agitou durante a apresentação da próxima banda, Ilustra, principalmente quando tocaram o sucesso “Discurso Mudo”. O vocalista Matheus Bessa chegou a dividir o microfone com um guri da platéia, mostrando que público não é o que falta para a banda. Porém outros shows já foram mais animados, com melhor qualidade técnica. Mas o vocalista de screamo, Julio, sempre marca na presença de palco. Ele incorpora as letras das músicas e passa emoção de um jeito inigualável.
Cardia é a banda estrela do momento de Brasília.E não é à toa, todos eles tocam muito e por isso que em 2007 participaram da abertura do show do The Used em São Paulo. Mesmo sendo o último show da noite, o número de pessoas que ficou para assistir era considerável. Tocaram o primeiro sucesso da banda “Pretérito Imperfeito”, a galera tirou o pé do chão e compareceu até o fim da terceira noite de carnaval do Ziperona.

Fotos por Patrick Alves

12 de fevereiro de 2008

2º Dia do Carnaval Ziperona

O segundo dia de carnaval do Ziperona contou com vertentes diferentes de música. Começou com estilo indie/cool, passando por hardcore melódico e chegando em rock’n’roll misturado com música típica brasileira.
Infelizmente perdi as duas primeiras bandas, Selenita e Hello Crazy People, porque trabalhei durante dois dias do carnaval. Mas não faltaram comentários de que Selenita é uma banda punkrocker que vale a pena conferir. E a Hello Crazy People já é conhecida na cidade, a banda é cheia de percursionistas e a performance no palco é imperdível.
Club Silêncio foi a terceira banda a se apresentar. Os sintetizadores colaboram para o som cheio de efeitos, algumas introduções lembram um pouco Kraftwerk. Além dos integrantes serem umas gracinhas, o som electro-clash foi um diferencial da banda no evento.
“Era a garota mais bonita da asa sul” é um trecho da letra de uma música do Superquadra, a próxima banda a subir no palco. Os temas brasilienses fizeram com que o público se identificasse com o som. Alguns integrantes usaram máscaras carnavalescas durante o show, um deles foi o novo guitarrista Guilherme Ferreira, que está na banda faz um mês e confessou esconder o rosto para garantir que caso errasse a melodia sua identidade estaria escondida.
Critical Strike mudou completamente o rumo do show. As músicas em inglês e o hardcore melódico dos garotos goianos fizeram sucesso. O público não estava esperando tal mudança, então não compareceu muito, mas quem gosta do estilo com certeza curtiu. “A banda é nota 10. Tocam músicas estilo bandas que marcaram o hardcore, como Pennywise e Face to face. Meus brothers também curtiram.” afirma Diogo, 20 anos, que também é guitarrista da banda brasiliense Redial Rocker.
O som limpo da banda Janice Doll mostra a qualidade da música que eles fazem. Os integrantes são mais velhos e tem experiência musical. Estão fazendo sucesso no exterior, aliás o produtor do próximo CD é o Stuart Epps, que tem no currículo produções de Led Zeppelin e Oasis. O show foi tão bom quanto poderia se esperar, os integrantes pulavam e iam a loucura a todo o momento.
Música árabe antes dos integrantes subirem no palco, mistério no ar, é a vez da banda Etno botar para quebrar. Cada integrante apareceu com uma pintura diferente no rosto, eram inspiradas em tribos indígenas do mundo. A batida indígena misturada com o rock, juntamente com as letras politizadas e relativas ao meio ambiente fazem da Etno uma banda completa. O show foi surpreendente, desde as letras, presença de palco e voz maravilhosa do vocal, até as pinturas e os covers de bandas de estilos completamente diferentes. O som deles passou sensações intensas e todo o público presente, que não era pouco, curtiu de mais. A mensagem da banda de que “a revolução é interna e silenciosa” com certeza foi passada.

Fotos por Patrick Alves

10 de fevereiro de 2008

1º Dia do Carnaval Ziperona

O evento de carnaval da produtora Ziperona, que foi do dia 2 ao dia 5 fevereiro, mostrou que unir todos os estilos é possível. Passaram pelo palco bandas com influências da MPB e tropicália, como Deuses da Kaaba, até hardcore e screamo como Ilustra.
A primeira banda a se apresentar foi a W3 Sul. Ela entrou no festival através do voto popular pela internet. E o público que votou foi conferir o show, enchendo a casa e se empolgando com todas as músicas. Gritinhos saiam a todo o momento da platéia, principalmente com a imagem do vocalista Rômulo, ou mais conhecido como Miojo, que é muito parecido com o Di do Nxzero. Ele conta que as influências da banda são Strike, Blink 182, For Fun, bandas californianas no geral. A guitarrista e vocalista Marília também fez sucesso, e tinha um irreverente sutiã amarrado no pedestal. O mais incrível é que foi o primeiro show da banda, com tanta aceitação do público com certeza mais shows não irão faltar.
Em seguida veio a Akord, com um som new metal. Apesar do público estar mais acanhado, o vocalista, Pedro Gontijo, mandou bem na presença de palco. “A banda está muito bem ensaiada. Você pode não gostar do som, mas tem que admitir que eles tocam bem. O batera manda bem de mais”, diz Ian, 21 anos, que é guitarrista do Ilustra.
Frenéticos como sempre, Casa 7 fez um show bem animado. Contou com a participação do Flávio Negão, vocalista da banda Ravenna, que disse que Casa 7 é uma banda foda assim que subiu no palco. Algumas músicas têm uma introdução instrumental longa, que é quando os músicos dão tudo de si para mostrar que mais do que fazer cena no palco, sabem tocar muito bem.
A seguir foi a vez da banda Ravenna. O vocal deles é feito por 3 integrantes, Flávio Negão, guitarrista Ricardo e baixista Hugo. Isso dá uma dinâmica na música, assim como Flávio reveza entre o vocal normal e o screamo. O show contou com a participação do vocalista da banda Etno, Tiago Freitas, cantando a música “Terra”, que foi uma homenagem interna do Ravenna ao Etno. Dá para perceber direitinho a intenção da homenagem ao prestar atenção na letra da música, que combina muito com as do Etno “Vou me desculpar com a minha mãe, a terra.” O vocalista da Ravenna fez uma intervenção também durante essa música para dizer as seguintes palavras: “Olhar para dentro e ver o que a gente pode fazer para revolução, para um tipo de mudança”. O show levantou o público e fez todo mundo participar batendo palmas no ritmo das músicas.
A pegada hardcore da banda Nitra foi empolgante. Apesar de não contar com o guitarrista original, Neto, o instrumental da banda mandou muito bem, junto com Juliano, guitarrista da banda Ilustra, que tocou em seu lugar. O som do vocalista deixou a desejar, mas os garotos mostram muito empenho e disposição para fazer a banda dar certo. O público cantou junto, também não é para menos, a banda possui até comunidade de fã clube no Orkut.
Perfecto fez um show que agradou o público mais velho do rock, que curtia a banda desde que eram a Bolores Gigolores. O baixista Marcus Eduardo sem dúvida ganhou o título de mais empolgado da banda, se não foi o da noite. O que ele pulou e agitou não está escrito no gibi. Xande, trombonista do Móveis Coloniais de Acaju, está produzindo o CD deles, mais um ponto positivo para a banda.
Siltu fechou o primeiro dia do Carnaval Ziperona. A batida das músicas é super animada. Lançaram no início de 2008 o CD “Doze Doses”, que conta com músicas desde o início da banda, em 2000. E foi assim o show, com músicas desde a primeira formação da banda. Também teve cover do NOFX, com a música “What’s the matter with parents today?”. O show do Siltu foi bem descontraído e agradou o público que ficou até o fim do evento.

27 de janeiro de 2008

Rock Nacional de Qualidade

Banda que é figura carimbada da cena independente. Som incrível, que desde os anos 90 faz parte do cenário underground brasileiro. Apenas o vocalista está desde a primeira formação e o guitarrista gatinho atrai todos os olhares das groupies enlouquecidas. São paulistas e se reuniram para tocar porque na época não existia nenhuma banda na cidade que fazia o som que eles curtiam. Já descobriu? Obviamente Forgotten Boys é a resposta.
Atualmente a banda é composta por Gustavo Riviera (guitarra e vocal), Chuck Hipolitho (guitarra, violão, percussão e vocal), Zé Mazzei (baixo e violão) e Flávio Cavichioli (bateria e percussão). Estes músicos juntos passam a impressão de que a banda finalmente encontrou uma formação sólida e madura. Um exemplo do sucesso dessa junção foi o CD lançado em 2005, o Stand By the Dance, que arrancou apenas elogios da crítica especializada.
O último show deles na cidade foi dia 22 de dezembro, no Blackout Bar. Foi muito bom, a platéia entrosou bastante, não parou de pular e cantar um só segundo.
Mas como nem tudo são flores, problemas de negociação financeira com a produtora que os trouxe os deixaram bem estressados no fim do evento, que foi o momento da conversa com Gustavo Riviera, o vocalista da banda. Apesar do bate-papo descontraído, as respostas foram meio secas. Mesmo assim foi bem legal, ele demonstrou paciência mesmo quando tem algo lhe subindo os nervos.


E aí, qual foi o saldo do show?
Gustavo:
O saldo foi negativo.
Ah eh? Rolou o stress?
Gustavo:
Rolou... Não, é, problemas...De negociação só... Mas foi super legal, a gente está meio cansado, porque fizemos 3 shows seguidos, aí a banda ficou meio cansada.
Mas não é a primeira vez que vocês tocam em Brasília né...
Gustavo:
Não, é a quarta.
Já tocaram no Portão do Rock, já tocaram na Fnac...
Gustavo:
Já tocamos duas vezes no porão, no Senhor F, no Gates...
E vocês gostam de tocar aqui?
Gustavo:
Gostamos, mas um dia a gente vai fazer um show mais legal, nenhum ainda nos deixou 100% satisfeitos igual a alguns outros shows. O do Porão foi legal, mas ainda não acertamos nesses shows que fizemos só da gente.
O Stand By the Dance foi bastante elogiado pela crítica. Você acha que isso aumenta a responsabilidade, vocês gostam de serem cobrados por isso?
Gustavo:
A gente não liga para essa cobrança não. A cobrança é mais nossa mesmo, do que externa. É cobrança da própria banda para a própria banda. A gente quer fazer sempre um disco melhor que o outro.
E vocês consideram o Stand By the Dance como o melhor trabalho de vocês?
Gustavo:
Foi, o melhor disco até agora.
O álbum Gimme Mor e...and More foi lançado nos EUA, através da No Fun Records. Como vocês encararam essa empreitada?
Gustavo:
Foi legal, a gente não acompanhou muito porque a gente não pode ir para lá. Seria legal quando a gente foi lançado ir fazer uma turnê na cidade, no país. Mas não aconteceu, então o disco ficou lá e a gente aqui. Queríamos estar lá com o disco...
A turnê que vocês fizeram pela América Latina foi independente e vocês sempre fecharam com selo independente. Mas há pouco tempo vocês fecharam com uma gravadora maior, quais são os prós e os contras de estar com uma gravadora?
Gustavo:
Os prós são que eles pagam os discos, eles têm uma equipe de marketing, mídia e distribuição. A burocracia é o contra.
A banda sempre teve muitas formações. Você é o único que está desde a primeira formação. Por que só você sobreviveu ao Forgotten boys?
Gustavo:
Porque uns foram morrendo... Uns foram caindo... Não sei, ninguém explica né...
Vocês surgiram nos anos 90, na época do auge do axé. Foi porque sentiram necessidade de fazer algo novo que a banda surgiu?
Gustavo:
A gente estava no auge do rock... sei lá que rock que era, mas não era o Rock que a gente fazia. Na época não tinha muita banda que a gente se identificava, não tinha nenhuma banda de São Paulo que a gente achasse que era legal, que tinha a ver com Ramones por exemplo, que era o que a gente gostava e queria ouvir. Então a gente resolveu fazer.
E o que você acha do cenário underground brasileiro?
Gustavo:
Tá bom. Eu acho que tem umas bandas boas surgindo, mas tem muita banda ruim também. Bastante...
Você acha que a internet ajuda a surgir muita coisa ruim?
Gustavo:
Ajuda. Não só pela internet, mas está mais fácil de gravar, nessa era digital dá para gravar em casa. E aí você põe o disco na internet... Você pode ouvir o que você quiser, mas as pessoas têm que saber ouvir também. Não só ouvir qualquer coisa e achar legal.
O Forgotten Boys já tocou com várias bandas de renome nacional. Teve alguma que você destaca como a melhor, a mais legal?
Gustavo:
A mais legal que a gente tocou foi a MC5, que é uma banda que a gente admira muito.
Tá bom, muito obrigada. Sucesso para vocês!
Gustavo:
De nada, e até a próxima!