27 de janeiro de 2008

Rock Nacional de Qualidade

Banda que é figura carimbada da cena independente. Som incrível, que desde os anos 90 faz parte do cenário underground brasileiro. Apenas o vocalista está desde a primeira formação e o guitarrista gatinho atrai todos os olhares das groupies enlouquecidas. São paulistas e se reuniram para tocar porque na época não existia nenhuma banda na cidade que fazia o som que eles curtiam. Já descobriu? Obviamente Forgotten Boys é a resposta.
Atualmente a banda é composta por Gustavo Riviera (guitarra e vocal), Chuck Hipolitho (guitarra, violão, percussão e vocal), Zé Mazzei (baixo e violão) e Flávio Cavichioli (bateria e percussão). Estes músicos juntos passam a impressão de que a banda finalmente encontrou uma formação sólida e madura. Um exemplo do sucesso dessa junção foi o CD lançado em 2005, o Stand By the Dance, que arrancou apenas elogios da crítica especializada.
O último show deles na cidade foi dia 22 de dezembro, no Blackout Bar. Foi muito bom, a platéia entrosou bastante, não parou de pular e cantar um só segundo.
Mas como nem tudo são flores, problemas de negociação financeira com a produtora que os trouxe os deixaram bem estressados no fim do evento, que foi o momento da conversa com Gustavo Riviera, o vocalista da banda. Apesar do bate-papo descontraído, as respostas foram meio secas. Mesmo assim foi bem legal, ele demonstrou paciência mesmo quando tem algo lhe subindo os nervos.


E aí, qual foi o saldo do show?
Gustavo:
O saldo foi negativo.
Ah eh? Rolou o stress?
Gustavo:
Rolou... Não, é, problemas...De negociação só... Mas foi super legal, a gente está meio cansado, porque fizemos 3 shows seguidos, aí a banda ficou meio cansada.
Mas não é a primeira vez que vocês tocam em Brasília né...
Gustavo:
Não, é a quarta.
Já tocaram no Portão do Rock, já tocaram na Fnac...
Gustavo:
Já tocamos duas vezes no porão, no Senhor F, no Gates...
E vocês gostam de tocar aqui?
Gustavo:
Gostamos, mas um dia a gente vai fazer um show mais legal, nenhum ainda nos deixou 100% satisfeitos igual a alguns outros shows. O do Porão foi legal, mas ainda não acertamos nesses shows que fizemos só da gente.
O Stand By the Dance foi bastante elogiado pela crítica. Você acha que isso aumenta a responsabilidade, vocês gostam de serem cobrados por isso?
Gustavo:
A gente não liga para essa cobrança não. A cobrança é mais nossa mesmo, do que externa. É cobrança da própria banda para a própria banda. A gente quer fazer sempre um disco melhor que o outro.
E vocês consideram o Stand By the Dance como o melhor trabalho de vocês?
Gustavo:
Foi, o melhor disco até agora.
O álbum Gimme Mor e...and More foi lançado nos EUA, através da No Fun Records. Como vocês encararam essa empreitada?
Gustavo:
Foi legal, a gente não acompanhou muito porque a gente não pode ir para lá. Seria legal quando a gente foi lançado ir fazer uma turnê na cidade, no país. Mas não aconteceu, então o disco ficou lá e a gente aqui. Queríamos estar lá com o disco...
A turnê que vocês fizeram pela América Latina foi independente e vocês sempre fecharam com selo independente. Mas há pouco tempo vocês fecharam com uma gravadora maior, quais são os prós e os contras de estar com uma gravadora?
Gustavo:
Os prós são que eles pagam os discos, eles têm uma equipe de marketing, mídia e distribuição. A burocracia é o contra.
A banda sempre teve muitas formações. Você é o único que está desde a primeira formação. Por que só você sobreviveu ao Forgotten boys?
Gustavo:
Porque uns foram morrendo... Uns foram caindo... Não sei, ninguém explica né...
Vocês surgiram nos anos 90, na época do auge do axé. Foi porque sentiram necessidade de fazer algo novo que a banda surgiu?
Gustavo:
A gente estava no auge do rock... sei lá que rock que era, mas não era o Rock que a gente fazia. Na época não tinha muita banda que a gente se identificava, não tinha nenhuma banda de São Paulo que a gente achasse que era legal, que tinha a ver com Ramones por exemplo, que era o que a gente gostava e queria ouvir. Então a gente resolveu fazer.
E o que você acha do cenário underground brasileiro?
Gustavo:
Tá bom. Eu acho que tem umas bandas boas surgindo, mas tem muita banda ruim também. Bastante...
Você acha que a internet ajuda a surgir muita coisa ruim?
Gustavo:
Ajuda. Não só pela internet, mas está mais fácil de gravar, nessa era digital dá para gravar em casa. E aí você põe o disco na internet... Você pode ouvir o que você quiser, mas as pessoas têm que saber ouvir também. Não só ouvir qualquer coisa e achar legal.
O Forgotten Boys já tocou com várias bandas de renome nacional. Teve alguma que você destaca como a melhor, a mais legal?
Gustavo:
A mais legal que a gente tocou foi a MC5, que é uma banda que a gente admira muito.
Tá bom, muito obrigada. Sucesso para vocês!
Gustavo:
De nada, e até a próxima!