16 de outubro de 2007

Brasília, Capital do rock?

Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Aborto Elétrico e Capital Inicial explodiram nos anos 80 e junto deu início a fama de que Brasília exporta astros do rock.
Brasília é uma grande mistura de culturas. Tem desde o Forró no Arena Futebol Clube, ao Hip Hop e festinhas eletrônicas no Conic, passando pelos shows alternativos na landscape. Não é só o público do rock que tem vez na cidade.
Hoje, de artista e louco todo mundo tem um pouco, por isso o número de bandas que surgem na cidade é cada vez maior. Não é difícil montar uma banda, a diversidade acaba sendo muito maior. Mas a qualidade fica um pouco a desejar...
Brasília já tem o grupo Batala representando o batuque afro-brasileiro, a banda Pé de Cerrado que toca ritmos regionais, o grupo carnavalesco Pacotão, a banda Banduirá representando o pop e inúmeros intérpretes de MPB que se encontram nos barzinhos da cidade.
O cenário alternativo está pegando fogo! Existem muitas bandas em alta que são figurinhas carimbadas nos shows dos finais de semana. É garantida a presença de bandas como Ilustra que vem com o hardcore e o screamo, ADI com powerpop e Móveis Coloniais de Acaju com a sua mistura peculiar de estilos, formando uma feijoada búlgara!
Muitas bandas estão fazendo shows fora da cidade. A banda Lafusa tocou recentemente em Belém e São Paulo com todo o seu sentimentalismo da MPB misturado com a batida mais pesada do rock. Lucy and the Popsonics vem com o diferencial de possuir apenas dois integrantes e a Lucy, que é a bateria eletrônica. O resultado é um som eletro-punk-moderninho. Eles tocam freqüentemente em São Paulo, já tocaram no Jornal da Mtv e estão com shows marcados em Portugal. As letras existenciais do Superquadra junto com um toque pós-adolescente os renderam uma matéria de meia página na Rolling Stone. E Bois de Gerião que junto com o seu estilo ska completam 13 anos de banda, juntam diversas gerações em seus shows.
No final das contas é tudo rock! A cada ano que passa só aumentam as chances de uma banda daqui se destacar no cenário nacional. Brasília foi e continua sendo a capital do rock!

2 de outubro de 2007

Charme no Batuque

Tum pá tum tum tum pá. É assim que o regente vai ensaiando o grupo Batala (lê-se Batalá). Em Brasília o grupo teve início em 2003, mas foi criado originalmente na França, em 1997.
Iniciado por um baiano, chamado Giba Gonçalves, aos poucos o Batala foi ganhando o mundo. Hoje o grupo também existe na Inglaterra, Bélgica e País de Gales. O responsável por criá-lo em Brasília foi Paulo Garcia. E foi com Paulo que o grupo ganhou um diferencial, é formado apenas por mulheres. Segundo ele o som tirado pelas mulheres tem maior musicalidade, porque as batidas são menos agressivas.
São mais de 70 percursionistas que dão vida à batucada do Batala. O grupo procura divulgar a cultura afro-brasileira. O samba-reggae das meninas vai incendiando de vibração por onde passa.
Entrevistei a Nayara Batista, integrante do grupo e representante na área da comunicação social, mas problemas técnicos ocorreram e a entrevista acabou sendo perdida. Restaram-me três perguntas e respostas, as transcrevi e as coloquei logo abaixo.

Da onde vem o investimento para os ensaios, figurinos e instrumentos do grupo?
Na verdade o grupo não tem apoio. Hoje em dia somos uma associação. Nós não temos nenhum apoio governamental, nem patrocínio, nem nada... Somos um grupo sem fins lucrativos. Cobramos um cachê por apresentação, tudo nosso é pago com esse cachê. E ninguém recebe nada para tocar e nem para ensinar. Esse dinheiro que a gente recebe é investido em tudo que o grupo precise. A banda se auto-sustenta com o cachê das apresentações.

O grupo já se apresentou no exterior, na televisão... E para participar do Batala basta ter força de vontade e comparecer aos ensaios, não é preciso ter uma experiência musical. Como um grupo que está suscetível a tantas mudanças consegue ir para frente e dar tão certo?
É um trabalho muito intenso, muito grande. Nós temos várias equipes. Tentamos primeiro estruturar, montar uma organização para que as coisas não corram muito do nosso controle. Temos equipe de venda, de figurino, de comunicação, de produção, de oficinas... Então vamos criando as condições. Elas não precisam saber tocar, a gente oferece aulas de baqueta. Temos uma cede na 103 norte, onde damos aulas semanalmente. As próprias integrantes formam aquilo que chamamos de “multiplicadoras”, umas ensinam as outras. Então temos aula na semana e ensaio aqui no sábado. Há uma rotatividade muito grande, as pessoas saem muito, entram muito, ensaiamos bastante para assegurar a qualidade do grupo.

Quais são os próximos projetos do Batala?
Atualmente é a lavagem do Bonfim pra 2008. A lavagem é a maior festa de Salvador, depois do carnaval. Já tocamos lá duas vezes. Agora estamos nos preparando para janeiro do ano que vem. Temos um bloco lá que se chama Orishalá, ele busca divulgar a intolerância religiosa, a cultura afro... Para gente é uma honra enorme, nós somos a única banda fora do circuito baiano que tem um bloco em Salvador. Fazemos uma caminhada de 8 km andando e tocando sem parar. Estamos ensaiando bastante, e logo vão começar os ensaios no domingo, no eixão.


Para participar do grupo é simples, basta comparecer ao ensaio e procurar a Nayara. O ensaio oficial é realizado aos sábados de 10h às 13h, no gramado da Funarte. O único pré-requisito necessário é realmente querer fazer parte do grupo.

O vídeo abaixo é uma pequena série de fotos batidas durante o ensaio do grupo e com um trecho da música “Batala Hey”, que está no novo CD chamado Xiree. Para obter maiores informações do Batala acesse: www.batala.com.br