24 de setembro de 2009

E foi-se mais um porão.

Neste último final de semana aconteceu o porão do rock na Esplanada dos Ministérios. Depois de alguns aninhos sem ser de graça, o porão voltou com força total (força total?!). Foram dois dias de muito rock’n’roll no centro da Capital Federal.

No Sábado de tarde, conseguimos uma exclusiva com o Cachorro Grande e de quebra uma pequena exclusiva com o Gabriel Thomaz da banda Autoramas.

Chegamos no hotel dos meninos e fomos fazer a entrevista. Ao chegar no local, Beto Bruno , vocalista, e Pedro Pelotas, tecladista, foram muito receptivos e assim que entramos já falaram “querem uma cervejinha?”. Foi nesse clima descontraído que a entrevista se deu.

Assim que terminamos de gravar, começou a chegar o resto dos integrantes da banda e amigos, como Gabriel Thomaz da banda Autoramas, que tocou no Porão com sua antiga banda Little Quail & the Mad Birds. Pegamos o bonde e conseguimos uma exclusiva com o Gabriel também.

À caminho do porão, era nítido o fluxo enorme de pessoas que ainda estavam chegando. Cobrimos apenas o show do Cachorro Grande pois é sempre impossível ter uma cobertura completa com apenas duas pessoas. Com o foco de cobertura na banda, começamos nosso trabalho.

Como sendo o Cachorro Grande, o show foi bem animado, até de mais. Aproximadamente na quarta música o microfone do Beto parou de funcionar. Ao reclamar cortaram os retornos da banda. O palco ficou sem um vocalista por um bom tempo mas a banda continuou. De repente o Beto volta e avisa para a platéia que o show havia terminado ali pois eles se recusavam a tocar sem retorno. A banda se despediu e o público começou a gritar chamando a banda.

E finalmente a banda voltou. Sempre fazendo um gesto de “estou de olho em você”, o vocalista continuou a cantar. No final do show , a banda ‘pagou um bunda lelê’ , segundo eles, para a pessoa que estava controlando a mesa de som. A platéia, é claro, foi ao delírio.

Conversando depois com o Marcelo Gross, o guitarrista, e ele reclamou da falta de responsabilidade por conta do acontecido. “Depois eu até tentei conversar com o cara (da mesa de som), mas ele não quis falar comigo, então assim que ele passou joguei minha guitarra nele. Quase perdi ela” conta Gross. Beto Bruno reclamou bastante: Nossa época de tocar sem retorno passou. Agora o mínimo que exigimos é retorno para que nosso som saia bom. Fiquei chateado.

Declarações a parte, ficamos impressionadas em como um festival com a estrutura do Porão do Rock, em que tem apoio do Governo , da Petrobrás e etc, permite que coisas como essas aconteçam. A maioria das pessoas com quem conversamos reclamou do som no palco principal dizendo que o do palco Pílulas estava melhor.

Ficamos decepcionadas e espantadas com essa falha grave do Porão. É um sentimento até com um pouco de vergonha pela banda finalmente vir tocar na nossa cidade e em um dos maiores, se não o maior, festival de rock e acontecer uma falha tão básica como essa.

Façamos nossas as palavras do baixista Rodolfo Krieger:"Apesar disso, gostamos de fazer o que fazemos. No final, vira tudo rock'n'roll!"

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Mai Dornelles

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