24 de novembro de 2008

Junte a força e a emoção do Rock e da MPB, o resultado é Lafusa

Apostando nas variações da música brasileira e na fusão de estilos que está pode proporcionar, a banda brasiliense Lafusa sai do quadradinho do Brasil e faz história como mais uma banda da capital do rock influente no cenário nacional

Em uma tigela, coloque solos de guitarra, acordes típicos da música brasileira e bons músicos. Misture e deixe um tempo livre para criação. Em seguida, acrescente idéias inovadoras, dedicação, essência musical e energia para dar a liga. Misture até obter uma massa homogênea e voalá! Está pronta a Lafusa, que apelida a sua receita de Fusiquê ou "rock com acordes de bossa nova".

Para Guilherme Guedes, baterista da banda, o grupo ascendeu muito mais do que podiam imaginar. "Sempre corremos atrás tanto do crescimento do nosso trabalho, como do público que ele atinge. Considerando nossas expectativas iniciais - fazendo música independente em uma cidade como Brasília -, não esperávamos muito", revela. Também formada por Aloízio Michael (vocais e guitarra), Jamil Chequer (gaita e guitarra) e Luiz Ribeiro (baixo), a Lafusa além de possuir uma demo, com cinco músicas, lançou esse ano um EP, o Quadricolôr.

A banda brasiliense viajou pelo Brasil com os sucessos do EP. O baterista não consegue apontar qual turnê foi a mais marcante, porque afirma que todas as viagens tiveram lembranças importantes. Mas diz que sem dúvida, as duas turnês pelo Nordeste, estado que segundo ele recebe muito bem as novas bandas, e o show no Circo Voador com o Teatro Mágico, proporcionaram ao grupo momentos inesquecíveis.

Uma casa de shows na Argentina, a "La Fusa", foi a inspiração para o nome da banda. Aloísio explica que o local é onde foi gravado um dos discos mais importantes da música brasileira, ''Vinicius de Moraes, Toquinho e Maria Creuza ao Vivo''. Ao mesmo tempo em que representa um marco na música brasileira, o nome deixa implícita a fusão de estilos da banda. Essa junção pode ser traduzida em: MPB e Rock'n'roll, emoção e força.

O sucesso da banda alcançou os programas da MTV e o clip da música "A primeira das mais simples" já pode ser conferido na programação da emissora. A edição do Porão do Rock do ano passado também contou com a presença do Lafusa, e para eles, tocar num festival tão renomado na cena nacional foi a realização de um sonho. Guedes considera que tiveram facilidade para a divulgação da banda, porque com o avanço da tecnologia tornou-se muito mais viável gravar músicas e distribuir pelo Brasil. "Esse nosso EP, que lançamos em Abril, a gente gravou quase inteiro na casa do Diego Marx, do Velhos e Usados, que produziu o disco com o Xande Bursztyn (Móveis). Gastamos menos da metade que uma banda gastaria para gravar o mesmo EP dez anos atrás", conta Guedes.

Atualmente a banda compõe músicas para provavelmente o primeiro álbum. Guilherme diz que a idéia é fechar cerca de quinze composições até o fim de 2008, para em 2009 encontrar a melhor maneira de gravar e lançar. Ele também antecipa que esperam um lançamento ainda no primeiro semestre do ano que vem. O Brasil pode esperar que a Lafusa tende ascender cada vez mais, pois prometem para os meses seguintes ao novo álbum shows de divulgação em todo o país, em eventos ainda maiores e melhores do que os que participaram até agora.

Na entrevista abaixo a Lafusa fala sobre a história da banda, influências, curiosidades e futuro.




Próximos shows da banda:
28/11 - São Paulo - Outs
29/11 - São José dos Campos - Hocus Pocus
30/11 - Sorocaba - com Fast Food Brazil

Escute Lafusa
http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=15588

Por: Larissa Gomes

16 de novembro de 2008

Móveis Coloniais de Acaju fala sobre experiência internacional e nova parceria com Miranda

Depois de inúmeras turnês pelo Brasil, a banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju conseguiu alcançar sucesso nacional. A maior prova disso é o nome de quem produzirá o próximo CD deles, Carlos Eduardo Miranda, renomado produtor musical do país e jurado do programa Ídolos (SBT). Miranda lançou, entre outros grupos, Skank, O Rappa, Cordel do Fogo Encantado e Cansei de ser sexy e também criou e dirigiu o site Trama Virtual, um projeto de distribuição online de artistas independentes por MP3. Agora que conquistaram o público brasileiro, a MCA parte pela primeira vez para a Europa. Com um clima muito agradável e bem extrovertidos, nossa ‘feijoada búlgara', como também são conhecidos, contam ao RRRuído com exclusividade sobre os projetos do novo CD, a aventura na Europa e sobre a nova fase da Móveis Coloniais de Acaju.

Agora o Moveis já invade o antigo continente. Fizeram a primeira turnê pela Europa, passaram por sete países e fizeram seis shows. Como foi a experiência de tocar em outro país, como foram os shows e como foi à receptividade do europeu com a ‘feijoada búlgara' brasileira?

André - Ah foi muito legal! Eu particularmente não sabia o que esperar dos eventos e nem da relação com o público. Normalmente dizem que os europeus são um pouco frios, mas foi interessante porque no saldo final a relação durante o show foi, se não a mesma, tão interessante e calorosa quanto no Brasil. O show em si não teve muita diferença, a não ser pela língua ser diferente da deles. No Brasil o público fica mais atento no que está sendo cantado, e lá a atenção muda.

Esdras- Entretanto nós tentamos nos comunicar de todas as formas que podíamos como pulando, dando cambalhota (risos). E com isso acabou dando uma boa dinâmica para show fazendo com que ficasse bem agradável.

As músicas dos festivais de lá eram muito diferentes do som que vocês fazem?

Beto - Foi uma coisa muito doida, tocamos em várias situações diferentes. Uma delas foi num festival que era pra 60 mil pessoas e com 8 palcos. Era gente de tudo quanto é lugar do mundo, bandas das América do Norte, da América do Sul só a gente, banda da África, da Nova Zelândia. Como o festival era gigante, vimos coisas muito diferentes e específicas em relação à estrutura de palco e de interação com o publico, que no Brasil estamos muito atrasados, a não ser a Claudinha Leite que tem uma estrutura estrondosa de palco (risos). Tocamos em lugares com músicas muito diversas, por exemplo: Na Alemanha estava acontecendo um Festival para combater o racismo e a homofobia entre torcedores de times da terceira divisão do campeonato. Este fato em si já é algo diferente e no Festival tocou desde Dub à música gótica, um gótico industrial, e mesmo tocando gótico o pessoal estava lá sentado na grama tranqüilo ouvindo o gótico (imitando os gritos de gótico). Eles são muito abertos para a variedade, para o diferente.

Andre- Outro tipo de abertura também nos surpreendeu, por exemplo: fomos panfletar o nosso show dentro do próprio porque, afinal, era para 160 mil pessoas, 150 bandas, ninguém nos conhecia e nosso palco era separado e tinham apenas umas 5 mil pessoas. Mas ao abordarmos as pessoas elas se sentiam um pouco invadidas e não tão à vontade com a nossa presença. O corpo a corpo deles não é tão caloroso quanto o do brasileiro.

Betão - Chegávamos e falávamos "Olá tudo bem?!" e eles ficavam um pouco desconfiados era bem diferente.

André- Mas isso não quer dizer que eles são mais frios é apenas uma cultura diferente que não esta acostumada com esse tipo de abordagem ou enfim. Tanto que o show foi muito bom como havia falado, bem animado.

As músicas das bandas dos eventos na Europa eram muito diferentes da de vocês?

Beto- Cada lugar tinha um tipo de música diferente então à gente absorveu muita coisa. Tocamos na República Tcheca e o festival tinha desde uma menina que cantava pop alemão a umas pessoas cantando em Tcheco. Acabou se transformando num intercâmbio musical e intercâmbio na área de produção também.

Esdras- No Brasil você vai para o Nordeste e sabe que estilo musical você provavelmente ouvirá, que estilo musical mais ou menos eles vão misturar pois sabemos as influências deles. Estamos acostumados com aquilo que vamos ouvir. Na Europa já é diferente. Não temos a mínima idéia de suas influências e de como eles tocam.

E esse intercâmbio musical vai influenciar o CD de vocês?

Todos - Com certeza já influenciou.

Beto - Chegamos e já fizemos uma música com influências de shows que vimos nos festivais. Algo totalmente pós- Europa, com conceitos instrumentais diferentes e tudo mais.

E como surgiu a oportunidade de fazer a turnê pela Europa?

Andre- Um dos produtores do festival veio ao Brasil convidado pelo Fabrício Noves, para o Goianois. Goianois é uma feira de negociação entre produtores e bandas. Produtores que vem de tudo quanto é tipo de lugar. As bandas se apresentam e mostram seus projetos aos produtores.

Beto- Com isso ele ficou nos conhecendo. Depois ele voltou pra um festival em Goiânia e nos fez o convite. A partir disso começamos a correr atrás e ver a viabilização da viagem. Conseguimos o patrocínio parcial do ministério da cultura mas mesmo assim acabamos dando nosso jeitinho e resolvemos ir. Resolvemos aproveitar que estávamos indo para utilizar isso ao máximo. Começamos a fazer uma lista de lugares para mandar o nosso release e correr atrás de pessoas que poderiam nos ajudar. Entretanto mandar nosso release por e-mail não estava sendo muito efetivo foi aí que a cunhada do guitarrista entrou na história. Ela mora em Barcelona e trabalha com produção cultural mais voltado para o teatro e mesmo não tendo muita experiência na parte de musica ela acabou tomando frente das negociações. Até os últimos minutos as coisas não estavam muito bem definidas mas no final a gente acabou fechando os shows: um na Bélgica, um na Suíça, três na Alemanha e um na República Tcheca. Ela foi uma pessoa importantíssima pro negócio todo funcionar. Acho que não sei porque quando mandávamos o release e falávamos que éramos do Brasil os cara não gostavam muito, se eles nos viam como exóticos e etc. Muitas casas nos respondiam falando que não combinava com o perfil do estabelecimento ou eles viam o tamanho da banda e falavam que não ia caber (se eles soubessem em cada buraco que já tocamos- André) E quando ela começou a nos ajudar e falava que estava na Europa nos representando creio que os olhar sobre nós mudava.

André- Encaramos tudo isso como o nosso começo no Brasil, começar do zero. Começamos pequenos, tocando em lugares menores e que não tinha uma estrutura perfeita mas tocávamos pra construir um público e começar a construir a nossa história. E na Europa foi o mesmo.

O Miranda está produzindo o novo Cd de vocês. Como surgiu essa parceria?

Beto- Toda história começou pelos festivais. Ele já conhecia a banda mas em Belém foi o primeiro contato de um falar com o outro.

Esdras- Temos uma grande amiga que também conhece o Miranda. Essa amiga coincidentemente trabalhava com o Miranda. Nos a conhecíamos muito antes dela começar a trabalhar para o Miranda. As afinidades foram se cruzando e ela comentou com o Miranda para ele produzir nosso novo Cd e deu certo.

André- E em Belém, ele já havia demonstrado interesse pela banda tanto que foi conversar conosco para nos falar que ele gostava da banda e tinha um projeto de reunir vários produtores e os dirigir mas ficou meio esquecido. Mais recentemente, quando fomos procurar produtor para o novo Cd, nós colocamos o nome do Miranda como opção. No final conversamos com ele e ele mostrou disposição pra trabalhar conosco.

Esdras- Temos uma grande amiga que também conhece o Miranda. Essa amiga coincidentemente trabalhava com o Miranda. Nos a conhecíamos muito antes dela começar a trabalhar para o Miranda. As afinidades foram se cruzando e ela comentou com o Miranda para ele produzir nosso novo Cd e deu certo.

O que podemos esperar do próximo CD do Móveis?

Silêncio.

Todos- Nem nós mesmos sabemos o que podemos esperar! (Risos)

André- O que tem de interessante, além da nossa experiência com o Miranda, é o fato do trabalho de criação está sendo muito longo, o que a gente não tinha feito no outro disco.

Esdras - No ‘Idem', não tivemos o trabalho de produzi-lo nem dirigi-lo artisticamente. Foi o primeiro disco da banda, já tínhamos as músicas prontas e já tocávamos elas há 2 anos. Nesse novo Cd, mais da metade do disco nos fizemos de três meses pra cá então não temos nenhuma gravação e tem música que ainda estamos fazendo para gravar daqui a duas semanas!

Beto - Todo o processo está sendo diferente. O resultado vai ser diferente, as influências estão muito novas.

André- O Miranda passou 10 gigas de música pra escutarmos e no primeiro ensaio após escutarmos as músicas nós já mudamos uma música de cima a baixo. E o interessante é que é um disco em que nós estamos buscando e focando mais na unidade, o que foi diferente do "Idem", Tínhamos um retrato da banda, vários momentos e várias referências e no final a relação que a gente tinha as músicas no show mudou e no final a gente tinha um resultado muito diferente do show no disco , não a pegada mas a relação, o amadurecimento. E nesse novo disco a gente quer um álbum selecionar umas musicas que tivessem uam relação entre si um álbum que tivesse uma unidade, não um retrato da banda, mas a unidade de um álbum sobre a ótica do produtor no caso o Miranda , produção é meio que uma direção de filme, a gente meio que fez o roteiro preparou as musicas ele cortou umas cenas bizarras e é um disco mais coeso e mais unidade, por conta do tempo que temos mais juntos, maturidade. Iniciação um busca de identidade ou afirmando ou reafirmando a nossa nova identidade.